Em alto-mar, a cerca de 70 km da costa da Bahia, um arquipélago guarda segredos que encantam mergulhadores do mundo inteiro. Abrolhos é um lugar que exige tempo, atenção e preparo, e recompensa com uma das experiências mais completas de mergulho no Brasil.

Aqui, o que está debaixo d’água é tão ou mais impressionante do que o que se vê da superfície. Os recifes de corais, os naufrágios históricos, a vida marinha abundante e até o canto das baleias fazem de Abrolhos um mergulho no tempo, na natureza e na beleza preservada.

Onde tudo começa

O ponto de partida para chegar até o Arquipélago de Abrolhos é a cidade de Caravelas, no sul da Bahia. De lá, a travessia até as ilhas pode durar entre 3 e 6 horas, dependendo da embarcação. Por isso, muita gente opta por uma experiência de liveaboard, embarcações equipadas para dormir no mar, que permitem aproveitar mais e com menos pressa.

A viagem, por si só, já é parte da aventura. A sensação de se afastar da costa e ver o azul profundo tomando conta do horizonte é o primeiro convite à imersão.

O que torna Abrolhos especial

Abrolhos é um conjunto de cinco ilhas vulcânicas: Santa Bárbara, Siriba, Redonda, Sueste e Guarita. Desde 1983, o arquipélago faz parte do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, uma área protegida que abriga a maior biodiversidade de corais do Atlântico Sul.

São 19 espécies de corais e quase cem tipos de peixes já catalogados, além de tartarugas, moreias, raias e outras criaturas que circulam livremente pelas águas claras. Algumas formações de corais chamadas chapeirões crescem em formato de cogumelos gigantes e criam verdadeiros labirintos subaquáticos. É como mergulhar em um jardim vivo.

Mergulho para todos os níveis

Se você está começando no mergulho ou já é certificado, há opções para todos os níveis. As profundidades variam entre 3 e 40 metros, com visibilidade que chega a 30 metros nos melhores dias. A temperatura da água varia de 20°C a 28°C, tornando o mergulho mais confortável e agradável.

Alguns dos pontos mais procurados são os naufrágios como o do Guadiana e do Rosalinda, embarcações que repousam no fundo do mar e hoje servem de abrigo para vida marinha e cenário para quem mergulha.

Para quem prefere o snorkel ou quer começar com algo mais leve, a Ilha de Siriba é o único ponto onde o desembarque de turistas é permitido. Por ali, há trilhas curtas, piscinas naturais e ótima visibilidade para flutuação com máscara e snorkel.

De junho a novembro: As baleias

Entre junho e novembro, as águas de Abrolhos também são rota das baleias-jubarte. Durante essa temporada, é comum avistar os animais durante a travessia de barco ou mesmo durante o mergulho. É um espetáculo que acontece em silêncio e que transforma qualquer visita em algo ainda mais memorável.

O que saber antes de ir

• É preciso agendar com antecedência com operadoras autorizadas.
• As ilhas não têm infraestrutura turística, por isso o passeio é feito integralmente com apoio das embarcações.
• Para mergulhadores certificados, vale a pena considerar o liveaboard.
• É importante respeitar as regras ambientais do parque: o acesso às ilhas é controlado e regulado pelo ICMBio e pela Marinha do Brasil.

Um mergulho que fica na memória

Abrolhos não é um destino de passagem. É o tipo de lugar que exige preparo, tempo e respeito, e que entrega em troca um dos cenários marinhos mais impressionantes do país. Mergulhar ali é mais do que ver peixes e corais: é se reconectar com o que ainda existe de preservado, raro e essencial.

Se você está em Prado, é possível organizar o passeio até Caravelas e, de lá, embarcar rumo a essa experiência. Seja em um bate e volta ou num roteiro mais complet, Abrolhos vale cada milha navegada.